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Poesia de Hoje
Face
Face, oh face, minha outra face
Quem sabe um dia
Saber de teu olhar a verdade
aprofundar-me em teu mar, sem tu perceberes
invadir tua alma
e só...
Ficando evidente as evidências
Debruçar-me a face na mão
Desviando olhares e mesmo assim
enviando mensagens ópticas
Sentir o calor sem te tocar
Sofrer por uma dor inexistente
algemado a duas íris circulares
que abadono, deixando-as úmidas
Memorizo para sempre tua face
Sentimentos ambos idênticos percebidos
Abro a janela da face e te vejo
Mesmo não estando a minha vista à sua
Com esperança dos orifícios se encontrarem novamente
Chega o momento de ostentar minha maior volição
para não mais existir sentimentos hipócritas
Acabar com falso sim, que é verdadeiro não
E agora para sempre dizer o verdadeiro sim
Cruzam-se os olhares na infinita hipnose
As mãos trêmulas entrelaçam-se
O aroma do amor suga-lhes
Ouvia-se apenas o sussurro da respiração ofegante
Como dois elos, juntam-se os lábios
Causando esbarro entre as órbitas do amor
E só...
O que mais posso querer?
Ramon Macedo.